O Zagueiro Cláudio Luiz, do Náutico, foi julgado no início da noite dessa quarta-feira, 26, por dopping ao ter usado a substância isometeptano ainda quando jogava pelo Brasiliense. O defensor foi absolvido por maioria de votos na sessão da Terceira Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Suspenso preventivamente há 22 dias, Cláudio Luiz chorou de alívio com a absolvição e poder continuar atuando no futebol nacional. O defensor segue em condições de ajudar o Náutico no Campeonato Brasileiro. Mas ainda é provável que o caso chegue à Fifa, que poderá recorrer da decisão do STJD.
Ao prestar depoimento, Cláudio Luiz disse que, na volta do aquecimento para a partida entre Brasiliense e Juventude, quando ainda defendia o clube candango, pediu ao massagista um remédio, pois sentia muitas dores de cabeça: “Nem vi qual era o remédio. Tomei no vestiário e subi para o jogo. Acho que o massagista tem a autonomia para entregar o remédio ao jogador", disse o zagueiro do Náutico aos auditores.
O zagueiro ainda disse que nos clubes são os massagistas que aplicam injeções e que dão os remédios para os jogadores. Em seguida, o médico Paulo Lobo, do Brasiliense, foi chamado para prestar depoimento. Antes que ele iniciasse, o presidente afirmou que a Procuradoria se omitiu ao não denunciar o massagista, pois o processo foi adiado com essa finalidade. A Procuradoria se defendeu informando que não haviam fundamentos para fazer tal denúncia.
Questionado pelo relator do processo quanto à atitude do massagista de dar medicamentos aos jogadores, Paulo Lobo afirmou que isso só acontece em relação aos medicamentos comuns, como tylenol e novalgina. "Quem receita é o médico. O massagista não participa de reuniões com o departamento médico. Ele só dá remédios de uso comum", disse o médico do Brasiliense. Paulo Lobo ainda explicou aos auditores como é feita a compra dos medicamentos no clube e quanto ao fato de que o massagista tinha uma lista antiga de medicamentos permitidos, na qual a neosaldina ainda constava como liberada disse: "O departamento médico tem ciência de que a neosaldina não é permitida".
Ao ser chamado para depor, o massagista conhecido pelo apelido de Meinha explicou que em um primeiro momento deu uma dipirona a Cláudio Luiz, quando o elenco ainda estava concentrado na manhã do jogo. Em seguida, disse que já à noite, quando os atletas se aqueciam, o zagueiro reclamou que ainda sentia dores. "Como já tinha a neosaldina comigo, dei a ele".
O advogado Carlos Portinho fez a defesa do Brasiliense, mas em relação ao jogador, afirmou que Cláudio Luiz e o massagista são próximos e que o único intuito de Meinha era curar a dor de um amigo, assim como fez a esposa do atleta Aílson, do Brasiliense, que foi absolvido da mesma denúncia na última semana.
No momento da votação, o relator José Teixeira Fernandes votou pela absolvição do atleta, e foi acompanhado pelos auditores Wagner Nascimento, Raphael Reimol e pelo presidente Mário Antônio Couto. Por outro lado, o auditor Otacílio Araújo entendeu que o atleta cometeu um erro ao pedir um medicamento ao massagista e não ao médico, e por isso votou pela suspensão em 120 dias ao zagueiro Cláudio Luiz.
Do site Justiça Desportiva
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